Episódio 10: Mudanças climáticas em Honduras

Episódio 10: Mudanças climáticas em Honduras
Original Language: 

Neste episódio, reencontramos José Angel, de Honduras, que compartilhou sua história sobre as mudanças climáticas pela primeira vez em 2017. Honduras, um país rico em biodiversidade, mas altamente vulnerável aos impactos climáticos, continua enfrentando sérios desafios ambientais. Conversamos com José para explorar como a situação evoluiu, quais progressos foram feitos e quais medidas urgentes ainda são necessárias para proteger a natureza e as comunidades.
Aqui pode acessar a história dele de 2017.

Country: 
Date: 
terça-feira, Junho 3, 2025

Transcrição:

Comundos:
Olá, sou Camille e bem-vindos ao podcast do Comundos, onde nos reconectamos com contadores de histórias do mundo todo que deram vida às suas vozes por meio de nossas oficinas de narrativa digital. Hoje, estou acompanhado de José Angel, que mora em Honduras e criou uma história em 2017. Juntos, vamos mergulhar em sua história sobre as mudanças climáticas em Honduras. Com sua rica biodiversidade e geografia vulnerável, Honduras está há muito tempo na linha de frente dos impactos climáticos, enfrentando de furacões a secas. Agora, oito anos depois, conversamos com José para descobrir: o que mudou, como a situação evoluiu, quais novos desafios ou soluções surgiram e muito mais. José, é um prazer tê-lo conosco. Bem-vindos ao podcast!

Convidado:
Olá a todos, meu nome é José Angel Artica Garcia, tenho 39 anos e moro em Jacaleapa, Honduras. Atualmente, trabalho como professor e tenho um mestrado em recursos humanos. Agradeço muito o convite para participar deste podcast e espero poder esclarecer suas dúvidas sobre a matéria.

Comundos:
De nada. Então, a primeira pergunta é: como estava a situação climática na época em que a matéria sobre as mudanças climáticas foi escrita?

Convidado:
Eu poderia dizer que, na época em que decidi gravar a matéria, o clima em Honduras estava mudando. O inverno começou a chegar mais tarde, fazendo com que os agricultores ficassem sem água suficiente para suas plantações. Em Jacaleapa, minha cidade natal, sempre sofremos com a escassez de água durante a estação seca e com a falta de serviço de água potável. Então, vi uma oportunidade valiosa para uma iniciativa de contação de histórias por meio da rede de Comundos para conscientizar, mostrando o que está sendo feito de errado e gerando uma mudança na mentalidade das pessoas. Parte do problema são as práticas errôneas das pessoas, para citar algumas, como, por exemplo, queimadas para preparar terras agrícolas, agricultura itinerante, desmatamento, uso de produtos químicos, má gestão de resíduos sólidos e, claro, a falta de conscientização da população sobre o cuidado com o meio ambiente.

Comundos:
E quais mudanças ocorreram desde então?

Convidado:
Na verdade, nenhuma mudança significativa ocorreu desde então, mas medidas de proteção ambiental foram implementadas. Há mais áreas protegidas, a exploração madeireira foi proibida em alguns lugares e incêndios florestais foram combatidos. O exército é responsável pelo nosso programa de reflorestamento e aproximadamente 200 horas de proteção ambiental são exigidas para a graduação nas escolas.

Comundos:
Isso é impressionante. Quais são as opções para resolver o problema?

Convidado:
Digamos que as opções que temos são conscientizar a população sobre o cuidado com os recursos naturais, eliminar práticas que prejudicam o meio ambiente, implementar novas tecnologias e técnicas de cultivo, como agricultura orgânica, cultivos hidropônicos, uso de águas residuais na agricultura, redução de produtos químicos nas plantações e mais políticas estaduais que favoreçam o meio ambiente.

Comundos:
Essas são ótimas ideias, mas, desde então, você acha que o governo ou as comunidades locais se prepararam melhor para lidar com as mudanças climáticas?

Convidado:
Na verdade, os governos locais não estão totalmente preparados, mas têm uma melhor compreensão das mudanças climáticas devido às altas temperaturas durante esta estação seca, por exemplo. Em algumas partes de Honduras, instituições de ensino tiveram que modificar seus horários ou suspender as aulas do meio-dia às 15h devido ao calor intenso. Podemos dizer que medidas foram tomadas, mas ainda há falta de responsabilidade ambiental em todos os governos locais e também em nível nacional.

Comundos:
As questões climáticas às vezes podem parecer avassaladoras. Como você acha que jornalistas e educadores podem tornar o tema mais envolvente para as pessoas?

Convidado:
Jornalistas e educadores em Honduras têm desempenhado um papel fundamental na conscientização sobre as mudanças climáticas, atuando como agentes de informação e capacitação. Por meio da mídia impressa, rádio, televisão e mídia digital, repórteres têm destacado os efeitos das mudanças climáticas no país, como secas prolongadas, furacões mais intensos, perda de biodiversidade e diminuição dos recursos hídricos. Eles também denunciam práticas humanas que agravam esses fenômenos, como desmatamento, queimadas e poluição, o que tem gerado pressão pública para que medidas corretivas sejam tomadas. Por sua vez, educadores têm incorporado conteúdo ambiental ao sistema escolar, ensinando crianças e jovens a importância de cuidar da natureza, reduzir sua pegada ecológica e se adaptar aos desafios climáticos. Por meio de projetos como hortas escolares, reciclagem, campanhas de reflorestamento e feiras de ciências, a ação ecológica tem sido incentivada desde a infância. A combinação do trabalho jornalístico com a educação ambiental tem sido fundamental para a conscientização crítica dos cidadãos, motivando tanto a reflexão quanto a participação ativa na proteção do planeta. Esse esforço conjunto ajudou mais hondurenhos a reconhecer a urgência de tomar medidas contra as mudanças climáticas.

Comundos:
Isso é verdade. Pelo que você viu, os jovens em Honduras estão se tornando mais conscientes da crise climática? E como eles reagem?

Convidado:
Como eu disse antes, os governos locais não estão totalmente preparados com planos de ação para neutralizar os danos ambientais. Embora seja verdade que os governos centrais tenham tomado medidas, elas ainda não são suficientes para reverter anos de abuso ambiental. Eu expliquei anteriormente como jornalistas e educadores fizeram sua parte para conscientizar sobre os danos ambientais e, por isso, os hondurenhos entendem que medidas urgentes precisam ser tomadas. Este é um ponto positivo. Mas as mudanças climáticas também estão causando perdas de empregos no campo, e muitas pessoas tiveram que migrar, seja da aldeia para a cidade ou diretamente para outro país, como Estados Unidos, Espanha, França, entre outros, porque os recursos naturais e a terra não produzem mais no mesmo nível de anos anteriores. É por isso que é tão urgente cuidarmos do meio ambiente, pois isso já causou até mesmo migração nesses países.

Comundos:
Essa é uma bela perspectiva. Muito obrigado por se juntar a nós hoje e por compartilhar sua experiência. É claro que, embora o clima possa estar mudando rapidamente, a conscientização e a resiliência também estão crescendo.

Convidado:
Obrigado pelo convite. Gostei muito de compartilhar minhas experiências.

Comundos:
De nada. Bem, é isso por hoje. Se você gostou desta conversa, compartilhe com um amigo e lembre-se: as histórias que contamos podem moldar o mundo que construímos. Até a próxima!

 

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